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Blog Aval Engenharia

Não está usando Linha de Balanço na sua obra? Veja então o que está perdendo!

Publicado em: 22/02/2021

Sabe quando sua obra está atrasada e você não consegue visualizar as causas e nem como elaborar um plano de ação? E quando você tem diversas equipes trabalhando no canteiro, mas nunca consegue bater suas metas e avançar conforme o planejado? Então, o primeiro passo para resolver esse tipo de problema é um bom planejamento e um processo de acompanhamento da produção eficaz, com uso de uma metodologia estruturada e ferramentas adequadas.

Como uma delas, temos a Linha de Balanço, que é uma metodologia de planejamento que permite a otimização da sua obra, e com ela você visualiza de forma rápida e simples as informações necessárias para gestão e execução do seu empreendimento, além dos fluxos e estoques de atividades em processo devido a diferenças de ritmos entre as equipes.

Através da Linha de Balanço é possível que você tenha em mãos o fluxo de produção da sua obra, sendo esses organizados por lotes de produção.  Isso te ajuda a identificar os choques entre cada etapa da sua obra, gerando um planejamento dentro dos conceitos de balanceamento e continuidade do fluxo, 2 pilares fundamentais para o Lean Construction.

Exemplo do Gráfico de Gantt

Exemplo do Gráfico de Linha de Balanço

Com a Linha de Balanço você verá de forma intuitiva diversos atributos relevantes do plano de produção, além da rede de precedência e duração das atividades, sendo eles:

  1. Tempo de ciclo das atividades e o balanceamento no ritmo de produção entre diferentes pacotes;
  2. Locais ou lotes de produção onde as atividades acontecem;
  3. Esperas entre atividades (estoque de tempo);
  4. Aberturas entre lotes (estoques em processos);
  5. Buffers.

Fundamentos básicos da Linha de Balanço: as 3 premissas para elaboração dessa metodologia

Iremos falar sobre os 3 fundamentos básicos da Linha de Balanço, mas já pode anotar que eles são:

  1. Ritmo;
  2. Fluxo Contínuo;
  3. Repetições em Série.

 

1.Ritmo

O Ritmo de produção é definido como o valor obtido pela adequação do que deve ser entregue nos lotes, ou ao final de cada etapa da sua obra, e o prazo em que isso deve ser entregue. Por exemplo, se seu empreendimento possui 24 pavimentos no planejamento, e são entregues dois pavimentos por mês, você levaria 12 meses para concluir todos os pavimentos.

Para calcular o ritmo de produção de forma macro, temos que ser mais detalhados, e para isso utilizamos as seguintes variáveis:

  1. Unidades de repetição (n): definido como o lote de produção, e no exemplo acima seriam os pavimentos;
  2. Duração total (DT): essa é a duração total do projeto;
  3. Tempo de Mobilização ™:  visto como o tempo total das atividades iniciais que não acontecem nas unidades de repetição (ex. mobilizações, limpeza do terreno, fundações etc);
  4. Tempo de Base (tb): que é o tempo necessário para execução de uma unidade de repetição;
  5. Tempo de Ritmo (Tr): é o tempo necessário para a execução das unidades restantes;
  6. Ritmo (R): e por fim, obtêm-se a razão de produção definida pelo número de unidades no tempo.

Visualizando melhor no gráfico acima, podemos concluir que o Ritmo (R) é matematicamente definido como a inclinação da reta, sendo essa:

O ideal é que tenhamos atividades com ritmos de produção similares, de forma que consigamos obter um balanceamento da produção e o fluxo contínuo, próximo fundamento a ser abordado.

2.Fluxo Contínuo

O Fluxo Contínuo, um dos mais importantes princípios do Lean Construction, diz respeito a programação das atividades sem que haja choques ou interrupções entre as etapas. As interrupções nas atividades da sua obra geram desperdícios com tempos de paradas, assim como necessidades de remanejamento das equipes para outras atividades, o que resulta em setups desnecessários, aumento do trabalho em processo (estoque) e baixa produtividade das equipes.

A quebra do fluxo das atividades na sua obra pode acontecer devido aos diferentes ritmos de produção causados por pacotes de trabalho com diferentes composições de atividade, sendo nesses casos é importante calcularmos latências de forma a garantir o fluxo contínuo no plano de produção, conforme na imagem a seguir.

3.Repetições em Série

A repetição em série de serviços possibilita um aprendizado contínuo na execução de tais etapas, impactando positivamente na produtividade da sua obra. Você deve estar atento ao determinar a duração das primeiras etapas de produção, tendo em mente o aprimoramento ao longo do tempo de tais atividades, e a possibilidade de que elas serão feitas de forma mais rápida.

 

Como encontrar a repetição na minha obra?

Em algumas tipologias de obras, a unidade de repetição é clara e bem definida, como por exemplo se sua obra é de edifícios verticais que apresentam uma mesma arquitetura que se repete ao longo da torre. Outra tipologia que pode ter simples repetição é a de condomínios com execução de casas com mesma arquitetura. Nesses casos pode-se ver que para uma mesma equipe produtiva, cada uma das atividades de uma mesma célula de produção, ou etapa de trabalho, deverá apresentar a mesma duração independente da unidade de repetição – sejam essas os apartamentos ao longo da sua torre, ou as casas do seu condomínio.

Entretanto, em outros casos, não é tão fácil identificar as repetições do projeto. Nessas situações, deve-se partir então da definição da Estrutura Hierárquica de Zonas de Trabalho (EHZT) onde teremos lotes, espacialmente definidos, resultante da quebra de uma área de seu projeto em zonas menores, que passam a ser as unidades básicas de planejamento e controle de sua obra.

        

Essa imagem possui um exemplo de Estrutura Hierárquica de Zonas de Trabalho

Mas minha obra não tem repetição, vale a pena que utilize Linha de Balanço?

Sim! É importante frisar que a Linha de Balanço é uma metodologia ideal para fluxos de produção, mesmo que na sua obra não haja unidades de repetição de fácil visualização. Nesses casos, a linha de balanço irá representar o fluxo dos pacotes de trabalho ao longo dos lotes de produção, definidos na EHZT, buscando manter os conceitos de ritmo e fluxo contínuo vistos anteriormente.

Um exemplo prático disso é o uso da Linha de Balanço no planejamento das áreas comuns de edifícios residenciais, onde não temos de forma simples a visualização de lotes de produção pelas delimitações do projeto de arquitetura.

Nesses pavimentos são definidas zonas de trabalho de forma que tenhamos um nivelamento das quantidades de serviços, evitando assim grandes variações nos ritmos das equipes entre os lotes de produção. Como não há uma delimitação física clara na obra, uma prática bastante eficaz é a criação de projetos para produção com a delimitação dos lotes de produção, como você pode ver na imagem abaixo:

Dessa forma é possível observar que uma unidade de repetição pode estar presente nos pavimentos ao longo de uma torre, ou na área externa, como nesse exemplo. Assim, o aproveitamento de equipes de uma unidade de repetição pode ser feito tanto entre os pavimentos ao longo da torre, quanto de um pavimento para a área externa.

E quais ferramentas posso usar para elaborar a Linha de Balanço na minha obra?

Agora que você já sabe sobre o conceito e as vantagens da utilização da Linha de Balanço no seu planejamento de obras, o segundo passo é encontrar a ferramenta ideal para elaborá-lo.

Atualmente, é muito comum que a linha de balanço seja feita por meio do Excel. Nesse cenário, o planejador lista as tarefas a serem executadas, e com as informações listadas, o responsável elabora a linha de balanço a partir do preenchimento das células do Excel, de maneira manual. Assim, o mesmo cenário se aplica para as reprogramações da Linha de Balanço durante o acompanhamento da obra, resultando em uma alta carga operacional e retrabalho para o responsável pelo planejamento.

 

Dessa forma, a ferramenta ideal para a metodologia da Linha de Balanço deve possibilitar a organização do seu planejamento, que de forma prática e visual, permitindo a rápida simulação de cenários para a sua tomada de decisão em relação a qual o melhor plano de ação para a sua obra. Além do planejamento, o ideal é que a ferramenta também incorpore a coleta de informações a respeito da execução no canteiro, de forma a gerar planos de ação de forma rápida e dentro das necessidades para atingimento do prazo especificado para o projeto. Já existe inclusive softwares de planejamento e controle de obras que alcançam esses pré-requisitos alinhando o Lean Construction com novas tecnologias.

Quer saber mais sobre Linha de Balanço, e como você pode aplicar essa metodologia em sua obra? Deixa seu comentário aqui embaixo, ou entra em contato com a gente!

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